Agharti, um reino subterrâneo debaixo da Mongólia,

15/05/2015 22:05

Ossendowski e Agharti

No livro de 1922 Beasts, Men and Gods [ B estas, Homens e Deuses , Ferdinand Ossendowski (1876-1945), um cientista polonês que passou a maior parte da sua vida na Rússia, escreveu sobre as suas viagens recentes à Mongólia Exterior durante as campanhas do Barão von Ungern-Sternberg. Ossendowski relatou que vários lamas mongóis lhe tinham falado de Agharti, um reino subterrâneo debaixo da Mongólia, governado pelo Rei do Mundo. No futuro, quando o materialismo arruinar o mundo, irá haver uma guerra terrível. Nessa altura, o povo de Agharti virá à superfície ajudar a terminar a violência. Ossendowski relatou que ele convenceu Ungern da sua história e que, subsequentemente, Ungern mandou missões em busca Agharti duas vezes, conduzidas pelo Príncipe Poulzig. As missões falharam e o Príncipe nunca retornou da segunda expedição.

Kamil Gizycky era um engenheiro do exército polonês que também lutou contra os Bolcheviques na Sibéria e depois se juntou às forças de Ungern na Mongólia. Não fez menção nenhuma de Agharti na sua narrativa dos eventos da altura,Poprzez Urjanchej i Mongolie [ Através de Urankhai e da Mongólia] (1929). Interessantemente, relatou que Ossendowski ajudou o Barão Louco oferecendo-lhe a fórmula para fazer gás venenoso.

Embora os textos de Kalachakra nunca descrevam Shambhala como um reino subterrâneo, o relatório de Ossendowski paralela claramente a narrativa de Kalachakra do regente Kalki de Shambhala vindo ajudar o mundo terminar uma guerra apocalíptica. No entanto, o aparecimento de Agharti aqui é digno de atenção. O nome não aparece na literatura de Kalachakra nem nas obras da Madame Blavatsky.

O autor francês Joseph-Alexandre Saint-Yves d' Alveidre primeiro popularizou a legenda de Agharti (Agharta, Asgartha, Agarthi, Agardhi) no seu romance Mission de l’Inde en Europe [M issão da Índia na Europa ], escrita em 1886. Ele descreveu-a como um reino subterrâneo com uma universidade que é um repositório de conhecimento secreto. Localizado originalmente em Ayodhya Índia, foi mudada para um lugar secreto debaixo dos Himalaias 1800 anos antes de Cristo. O seu rei, um “mahatma”, guarda os seus segredos e não os revelou, dado que eles iriam permitir as forças do Anticristo de construir armas poderosas. Quando as forças malignas tiverem sido destruídas, os mahatmas irão revelar seus segredos para o benefício da humanidade.

Saint-Yves d' Alveidre pode ter, de fato, retirado vários elementos da sua história da discussão de Kalachakra sobre Shambhala. O número 1800 aparece repetidamente como um motivo na literatura de Kalachakra e os textos clássicos relatam que os líderes de Shambhala possuíam o conhecimento para construir armas para derrotar as forças do invasor. Não obstante, o autor francês claramente escreveu um trabalho de ficção.

Em Ossendowski und die Wahrheit [ Ossendowski e a Verdade] (1925), Sven Hedin, o explorador sueco do Tibete, rejeitou as asserções de Ossendowski ter ouvido de Agharti através dos lamas mongóis. Ele escreveu que o cientista polonês tinha tirado o mito de Agharti de Saint-Yves d' Alveidre e o tinha moldado à sua história a fim de atrair a leitura de um público alemão já familiarizado, a um certo nível, com o oculto. Hedin admitiu, contudo, que o Tibete e o Dalai Lama eram os protetores do conhecimento secreto.

Uma explanação adicional, no entanto, poderia ser que Ossendowski usou o mito de Agharti para obter o favorecimento de Ungern. Ungern teria sem dúvida identificado as forças materialísticas do Anticristo, que Agharti iria ajudar a derrotar, como os bolcheviques, contra quem ele estava lutando. Visto que Sukhe Batur estava a mobilizar as suas tropas com a promessa de Shambhala, Ungern poderia igualmente usar a estória de Agharti para seu próprio proveito. Se este fosse o caso, poderíamos de aqui traçar a versão da legenda de Shambhala que descreveu Shambhala desfavoravelmente.

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